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Amigos e familiares fazem protesto após velório de garçom morto com tiro na cabeça no Rio


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Amigos e parentes do garçom Francisco Laércio de Paula Lima, de 26 anos, fizeram um protesto pedindo justiça para investigar de onde partiu o disparo que atingiu sua cabeça. O velório aconteceu na manhã desta segunda-feira (11), na Barreira do Vasco, na Zona Norte do Rio, e o enterro será realizado no estado do Ceará, onde Francisco nasceu.

Familiares contaram que a vítima vivia há 10 anos no Rio e trabalhava em um bar na Lapa, no Centro. Segundo testemunhas, Francisco voltava para casa com uma sacola nas mãos e um copo de café quando foi surpreendido por PMs que saíram de um beco atirando e mandando quem estava na rua não correr. Ele levava um presente para a mulher e fraldas para o filho na mochila.

“Um morador que todo mundo sabe quem era a pessoa , não tendo tiroteio na comunidade, é normal? Não é normal. Porque se isso for normal ninguém mais sai de casa”, disse Vania Rodrigues, presidente da Associação de Moradores da Barreira do Vasco.

Gilson Marques, primo de Francisco, foi quem indicou o primo para o bar onde ele trabalhava havia um ano. Ele disse que a família está procurando por justiça. As últimas imagens de câmeras de segurança mostram o garçom se divertindo no local de trabalho.

“A gente está aqui para buscar uma voz de justiça. Para que a gente possa saber que o policial foi preso, não pelo fator de ele ter entrado na comunidade sem ordem, mas porque ele matou um trabalhador, um cidadão de bem. Um cara que veio do nordeste, para tentar conseguir uma vida, e agora tem que ir para casa dos pais dentro de um caixão”, lamentou Gilson.

Garçom é morto por bala perdida na Zona Norte do Rio  — Foto: Reprodução

Garçom é morto por bala perdida na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução

PM responde

Segundo a Polícia Militar, equipes do Grupamento Tático de Polícia de Proximidade faziam um patrulhamento fora da comunidade quando foram informadas sobre a presença de bandidos na barreira do Vasco.

O porta-voz da PM disse que os policiais desobedeceram ao protocolo e entraram na favela sem uma operação planejada.

A Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade, está investigando o caso.

O coronel Mauro Fliess, porta-voz da Polícia Militar, demonstrou solidariedade aos familiares e reafirmou que houve uma quebra de protocolo, pois a ação dos agentes não seguiu as ordens da corporação.

“Eles tinham uma missão específica, fora da comunidade, em relação ao percurso seguro. Que justamente visa reduzir a mancha criminal e trazer tranquilidade para as pessoas. Eles receberam uma informação e se dirigiram para o interior da comunidade em busca de marginais. Isso foge ao nosso protocolo. Operações em áreas conflagradas precisam ser baseadas em inteligência, planejamento e superioridade numérica”, ressaltou Fliess.

Ele destacou ainda que a Polícia Militar irá colaborar com as investigações que serão feitas pela Delegacia de Homicídios.

As últimas imagens de Francisco Laércio de Paula Lima o mostram trabalhando e se divertindo no bar onde ele trabalhava — Foto: Reprodução/ TV Globo

As últimas imagens de Francisco Laércio de Paula Lima o mostram trabalhando e se divertindo no bar onde ele trabalhava — Foto: Reprodução/ TV Globo

Garçom dança com vassoura no bar onde trabalhava na Lapa, na região central do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

Garçom dança com vassoura no bar onde trabalhava na Lapa, na região central do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

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